Cores & Dores
“...Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo, cores....”
Todas as cores do dia fortes e quentes, porém pesadas...
Penso na dor, no incomodo, na inconformidade e tudo ao redor, no redemoinho do dia e da noite que passam longos e bem devagar, numa lentidão coberta com o som de tic tac daqueles relógios bem antigos e irritantes, que a cada hora soa uma música ensurdecedora...
Olhar as sobras de Goya nos torna parte delas, nos enlouquece e cega com gritos surdos e inúteis de criaturas vis e errantes.
Perceber a fome e a miséria que Portinari coloca nos seus retirantes nos lembra que temos fome e que somos miseráveis, Les miserables de Victor Hugo emergindo dos esgotos condenados pela necessidade...
Encarar de frente Botero nos faz sentir engraçados com os corpos roliços e bochechas rosadas... cores e cores das mais vermelhas, as vermelhas de sangue da guerra e do odio...
Prestar muita atenção nos Parangolés e Tropicálias com suas cores que mostram as dores e a pobreza, cobertas pelas injustiças, pela marginalidade... Beba da fonte, beba de Duchamp com suas criticas e ataques...
Mirar os olhos das Meninas de Rosa e Azul e a emoção que nos traz um choro de uma criança e soberba de outra (mas estão as duas no mesmo espaço), poderiam estar em Güernica ou na rosa de Hiroshima, a rosa hereditária...
Enfrentar que talvez sobrevivemos da caridade de quem nos detesta e que veremos museus de grandes novidades...
Bom, já comentei no nosso blog conjunto, mas, não sei se pelo template ou pela leveza feminina, parece que aqui, ele tem um tom menos denso, sem perder, obviamente, seu sentido.
ResponderExcluirE aqui, vejo o segundo olhar da poeta... rsrrs